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Não, não foi exatamente o que me ocorreu. Mesmo que os sinais se dispusessem às alvas vistas, era diferente, era novo. Contrariava o pessimismo da última escrita, o Sacro Sacramento investido e deduzido à força pelas mãos da Santa Sé. Não era o espasmo premonitório dos Xamãs nem a nesga da porta entreaberta nem a pretensa sabedoria dos seguidores da fé. Deu-se pela distância, pela perda e pela ignorância nos desígnios do amor.
Casualmente, compreendeu-se que havia no passado, agora longínquo, uma percepção pequena do fato, obnubilados, talvez, estivéssemos pela paixão pueril que nos acometeu. Éramos ainda fruto não colhido, ansiosos à espera das mãos que nos trariam à mesa, à vida, para que saciássemos as ávidas e mortais bocas. Mas não devamos a isso a negligência, a temeridade, a iniquidade do nosso ato. Saiba-se que, de minha parte, a culpa há tempos se abateu. É espantosa a forma com que os dias se sucedem e as faltas, farpas e falhas amplificam-se, mistificam-se, tornam-se insustentáveis. Passam pelas retinas, intermitentemente, as imagens insidiosas, paisagens da existência que não se permitiu nascer, abortada precocemente. Esta foi a melhor escolha? Restou, tardiamente, a ponderada visão do todo, sem que se chegasse a qualquer conclusão. Afinal, nunca saberemos em qual destino daria a outra vida. Quem sabe a próxima parada fosse o nada, tal qual esse nada que hoje nos engole e nos despoja.
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