Contanto que seja breve,
Conte-me algo, uma estória, talvez.
Mas que seja breve!
Enfastiam-me as descrições pormenorizadas dos enganos alheios,
As filosofias que não são minhas,
As crenças desse velho mundo doente que insistem em chamar de moderno
E todo esse embuste literário
Cheio de vírgulas deslocadas
Que querem que eu engula no jantar
[Ao menos houvesse algo para beber...].
Ou melhor, tragamos à mesa uma conversa
Dessas rasas, insubstantes.
Falemos de futebol, de mulheres,
Da política externa e dos rombos nos cofres públicos:
Não chegaremos a lugar algum.
Sabemos das amenidades o suficiente para nos entreter
Enquanto o garçom não chega com a outra garrafa.
Dirão, veja só, que somos homens de pouca profundidade.
Uma ova!
Que se danem os "pseudos" da vida e suas tentativas frustradas
De serem levados em conta.
E depois, se não falarmos do óbvio,
Falaremos de quê?
No fim da noite, ao cabo de tudo,
O que restará será só a noite.
Será a noite a angústia de sempre,
A incerteza dos anos,
A vontade de não sei o quê,
A tristeza de há não sei quando
E, maior do que tudo,
Será a noite apenas
Um vento
Breve.
.
"...E, maior do que tudo,
ResponderExcluirSerá a noite apenas
Um vento
Breve."
Muito bom!!!
Parabéns!
Passa la no blog, ta atualizado
Abraços.
=)
Júlio, obrigado pela visita e comentário.
ResponderExcluirFique certo que também voltarei aqui mais vezes, pois gostei do que li: sua poesia é como uma chuva fina (a melhor descrição que encontrei).
Abraço
poesiaainda.blogspot.com
Oi Judy! Obrigado pelo comentário. Passarei por lá.
ResponderExcluirAbraços!
Valeu,Gustavo!
ResponderExcluirJá te sigo por lá pra ficar atento a seus posts.
Abraço!