segunda-feira, 23 de julho de 2012

Sinais?!

E fim.
Exclamação?
Uma interrogação, repara bem!
Nada disso: nem um nem outro.
Era ponto final e não continuaria mais e acabaria ali e se reduziria a pó e se desmancharia feito desenho de criança na areia e seria matéria pro vento e seria dejeto abjeto objeto indireto ou direto e indecifrável sujeito na corrente das coisas que não tem mais nome valor ou porquê.
(...)
Mas o que é, meu caro, senão a vida um emparelhar de vírgulas, conectivos, conjuntivos esperando por algum sobressalto exclamativo interrogativo contumaz.
"Devias atentar para os sinais. Eles tendem a não se repetir."
E quantas e tantas vezes eu me vi a atrelar gente ao ponto,
à ortografia correta dos vezos e versos alexandrinos perfeitos, sem dúvida...
Reticentemente, não estaria eu sendo mordaz...
"Atenta para os sinais, atenta para os sinais."
Veja, ainda não acabou meu estoque de descalabros, candelabros
acesos.
Combinemos o seguinte: enquanto houver quem ouça, façamos troça.
Enquanto houver louça, engulamos, palavra por palavra, a farsa.

-Emparelho vírgulas de que me vale a vida senão por pôr vírgula onde me der na veneta esquecer a gramática de nada me adianta senão para para o minuto em que chegaremos logo. 

E começo.

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