segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Letargia

Dias em que não se está para sol.
Quer-se somente a rede e o tiritar da chuva no telhado.
As frases intelígiveis
São aquelas ditas quando do cerrar de pálpebras
Em que, semi-consciente, recitam-se versos melancólicos
De um poeta morto no século escuro.

Nada lhe pertence.
O ar por sobre o corpo
Envolve-o na lenta dança de lascivos pensamentos.
Nada lhe socorre.
Nada pergunta.
Deixa-se:
Necessita de espaço.
Novamente, distinguem-se as cores,
Alvas e altas.

Entrementes,um voo de pássaro
Rasante, rascante, cortando a brisa
Sibilando por entre árvores de insólitos galhos
A pender maçãs rubras tal faces juvenis,
Fazendo de um bater de asas, ordinário que só,
Ópera.

É, portanto, a paz almejada.

.

Um comentário: