Ainda que criassem estereótipos,
Compusessem discursos,
Apregoassem pechas e sistemas,
De nada adiantaria:
É cedo demais para ser todo,
O tempo é de menos no caos de tudo.
O passado ruminante impregnou-se nas paredes,
As chagas vivas corroem,
Misturam-se ao bolor dos móveis da casa de hoje
De outrora.
A palavra de comiseração,
Amiga,
Amarga,
Amarela-se no riso,
Aflito,
Pungente,
Impacientado pela fila do banco,
Pela porta fechada contra o rosto.
O tapinha cúmplice nas costas,
Atenuante do crime,
Legitima o mito de que somos irmãos,
Que os fatos, os medos,
Os freios e os escrúpulos
Permeiam indiscriminadamente a existência,
Aquela que deliberou descrever-se
Pela literatura barata,
De respostas assopradas ao pé do ouvido,
Da mesa posta.
Ainda assim de nada adiantariam
Os gritos na amurada do edifício,
O pranto nas escadarias da igreja,
A fome esganiçada no colo de alguém:
Antes houvesse tempo
No caos de tudo,
Antes não fosse cedo
Para ser-se todo.
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Adorei seu poema. Criativo. Faz pensar. Parabéns.
ResponderExcluirConvido você a ler meus poemas. Se quiser, é só pedir ao google: poemas de neusa azevedo.
Oi Neusa.
ResponderExcluirObrigado pelo elogio. Pode deixar que eu vou procurar seus poemas.
oi,tem um selo pra vc no meu blog.
ResponderExcluirOi Judy.
ResponderExcluirObrigado por divulgar o blog.
Té mais!
Tem outro selo pra vc no meu blog...passa la.
ResponderExcluirBjs
Muito bons teus poemas! Não é tão fácil encontrar quem escreve tão bem nesse gênero. Parabéns!
ResponderExcluirSe quiser dar uma olhada no meu blog, sua visita será muito bem vinda:
http://inutilidadesliterariaseafins.blogspot.com/
Lá escrevo sobre literatura, educação, cinema, arte e assuntos relacionados.
Abraços
Oi Roseane.
ResponderExcluirObrigado pelos comentários. Sempre que puder passa por aqui!
Vou conferir o seu também.
Abraços!
Que belo e triste poema, tempo irremediável, sentimentos existencialistas.
ResponderExcluirConvido você a ler meus poemas:
Google: Poemas de Neusa Azevedo