Acabaste de perdê-la,
E agora?
Não era ela a última a morrer?
Sim, mas, de fato, não morreu.
Aliás,este consolo.
Sabes que ela voltará,
Como sabes!
Voltará sorrindo
E com este sorriso,
Persistirás:
Incorrerás novamente no erro,
Nas promessas, sabes bem,
És paciente do ambulatório central
De Almas do Desterro.
Tens boa memória,
Lembras das falácias
Que tu próprio te rogaras
Tal litania em procissão.
O que farás?
És agora homem,
Não gente, que disso estás longe,
Não tens a quem recorrer.
O que te circunda
É ínfimo perto do que dentro te revolta.
Mas não te preocupes,
Estás a caminho,
Chegarás em breve,
Amigo.
Ela te acompanha,
Fiques tranquilo.
À hora
Em que dobra a esquina
E parece que te vira as costas,
Não te espantes.
É só mais um de teus rompantes
Que a fez esconder-se.
Agora, amigo,
Descansa.
Não tarda o trem que esperas,
O das metáforas em que te imiscuis.
Isso tudo nele vai,
E volta,
É dele a matéria de que és feito,
É nos seus trilhos que te revelas.
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Júlio,
ResponderExcluirPoema muito denso, rico. Você dissecou a esperança, e ao mesmo tempo que lança um olhar crítico sobre ela, se agarra a mesma, com todas as forças. Sensacional teu texto!
Se puder, visite meu blog! Estou divulgando um concurso literário, e quem sabe você não se inspira???
Abração e sucesso!
http://estacaoprimeiradosamba.blogspot.com/