terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Da janela do ônibus

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Da janela do ônibus
Eu traçava com os olhos linhas brancas no asfalto
E pensava nos seus ângulos retos inconclusos
Paralelos aos homens e alheios a si
Feito as coisas infinitas e tristes
Que não acham nunca seu começo ou fim.

Pensava, também
Na rua que passa pelas minhas linhas brancas no asfalto
E no senhor de cabeça baixa que leva o jornal
E nos carros que param e correm
E na gente que se esbarra e se atropela nas calçadas.
Quanto do mundo há nisso!

E enquanto pensava e via
Não deixava de crer que belas são as coisas
Por não serem mais do que deveriam ser
E que bela é a vida que passa
Vista da janela do ônibus
Por sobre as linhas brancas do asfalto.

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