quinta-feira, 15 de março de 2012

Até breve, Adeus!


Não é questão de beleza
De superfícies lisas, tesas
Nem daquilo que se vê a olho nu
Não é questão de destreza
De frases lindas, frases feitas
Da pele branca, a folha em branco, a tinta azul
Não é tua boca nem tua língua
Não é à toa nem à míngua
Nem teus cabelos nem teus pelos
Que se acham entre os dedos
E se trançam, dançam, fazem jus aos elogios da pequena que te vê
Não são pupilas, traços em verde-claro, verde-escuro
Dia de sol, dia turvo
Que correm por sobre carros antigos
E buzinam e seguem e chamam teu nome
Não são os velhos amigos que se encontram
Tanto em comum, um e outro, um mais um
(Por que é que, ainda assim, você some?)
Não é que já tá tarde, tarde invade
Tarde arde em paradas de ônibus
Em olhares anônimos, sonhos, sinônimos
Que madrugada alta se levantam com medo na retina
Que será então, que será portanto?
Não será pranto nem quebranto
Será preto no branco, branco e preto, filme nonsense
De destinos que se tocarão
Quem sabe quando, quem sabe como
Talvez pelo seu, meu, nosso, hoje, "não"
Até lá, alto lá, de lá pra cá
Um abraço, um "bom te ver"
Um beijo baço sem porque
Mas sem adeus, pelo amor de Deus!
Que aí não tem pra onde ir
E tem tempo, tem vida, tem um pouco mais de mim, um pouco mais de ti
Mas, se fores, responda ao meu pedido:
Que seja forte, seja vivo
Um até breve, um olhar partido
Mas nada de adeus, faça-me o favor
Pelo amor de Deus!


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